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domingo, 7 de novembro de 2010

Uma vírgula muda tudo!

Olá pessoal, antes que eu comece a falar, primeiramente, quero que leiam o seguinte poema com atenção:

A Vírgula

"A vírgula pode ser uma pausa… ou não.
Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo."

O poema acima é muito interessante, pois, nos mostra que dependendo de como empregamos a vírgula, pode mudar todo o enredo e o significado do que estejamos querendo transmitir. Mas como podemos saber quando ou não a vírgula é necessária?

Eu poderia dizer a vocês aqui o seguinte: que a vírgula é necessária para marcar intercalação, para marcar inversão, para isolar o aposto e o vocativo... Enfim, contudo, essas designações para o uso da vírgula acabam tornando a compreensão de quando usá-la meio complicada.



E, como não estou aqui para dar aulas de Português, mas, sim, para debater assuntos e dar dicas, aí vai uma:
*Além de a vírgula separar elementos que exercem a mesma função sintática ("Hoje à noite irei sair com o Diego, a Paula, o Roberto..."), como já foi comentado e podemos perceber no poema, a vírgula apresenta muitas outras funções, todavia, para "conferirmos" se a empregamos de uma maneira correta, façamos o seguinte: "retiramos" o que está entre vírgulas e, se a frase continuar tendo sentido, o emprego está correto. Mas como assim? Exemplo: "Ontem à noite, antes de eu sair, sujei meu vestido." Se retirarmos o que está entre as vírgulas a frase continuará tendo sentido, logo, seu emprego está correto: "Ontem à noite sujei meu vestido." Assim como em outros casos: "Hoje pela manhã, quando levantei, bebi um copo de leite." "A festa, apesar de ter terminado cedo, estava muito boa." "Eu não gostei do casaco marrom, mas, sim, do preto." Façam o "teste" mentalmente, em todos os exemplos citados, retirando-se o que está entre as vírgulas, as frases continuarão tendo sentido, o que significa que o uso da vírgula está correto.

Ah! Outra dica: muitas pessoas têm dúvidas ao usar a vírgula antes do "e". Mas, vou dizer a vocês que usamos a vírgula antes do "e" apenas quando esse "e" tiver função adversativa, ou seja, mesma função de "mas", "porém", "contudo"... Exemplo: "Eu iria à casa da Carol hoje, e ela irá sair." ("Eu iria à casa da Carol hoje, mas ela irá sair.").

Como professora, posso afirmar que ensinar crianças e adolescentes qualquer assunto sobre a nossa Língua não é uma tarefa simples! Além de que a "era digital" e o "internetês", de certa forma, prejudicam o ensino sobre a pontuação, uma vez que em um chat eu não preciso fazer uso de nenhuma pontuação para me fazer ser entendido, basta usar "três pontinhos" (neste caso nem há a consciência de reticências) no lugar de um ponto ou uma vírgula que "tá tudo feito!", qualquer pessoa me entenderá. Mas creio que devemos repensar sobre esta situação, que devamos sempre tentar empregar corretamente os sinais de pontuação, assim como a escrita. É uma questão de costume, minha gente! Pois se "criamos" o costume do "internetês", por que não nos acostumaríamos com a forma correta da Língua? Aí fica a questão a ser pensada!

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